Todo avanço exige algum tipo de
sacrifício. Mas até onde é válido sacrificar algo para obtermos um novo
conhecimento? Essa é uma das questões mais polêmicas que existem no
mundo, ainda mais quando os experimentos feitos envolvem seres humanos.
Será que o sofrimento passado por essas pessoas valeu o conhecimento
adquirido?
O TESTE DE SÍFILIS
Sífilis é uma das tantas doenças que são transmitidas no ato sexual.
Durante muitos anos, não havia nenhum tratamento efetivo para ela. Por
isso, alguns pesquisadores fizeram algo totalmente antiético e desumano
para testar possíveis curas a essa terrível doença.
Em 1946, na Guatemala, um grupo de cientistas pagou a prostitutas
infectadas com sífilis para fazerem sexo sem proteção com vários homens,
principalmente soldados e operários. Dessa maneira, totalmente ilegal,
eles teriam as cobaias necessárias para os testes. Mais de 1300 pessoas
acabaram infectadas e 82 morreram, devido a problemas decorrentes da
doença.
Somente no ano de 2010, tal experimento se tornou de conhecimento
público, o que, obviamente, gerou uma grande revolta dentro e fora do
país. Até mesmo a Casa Branca entrou na briga por uma retratação e a
punição dos responsáveis.
PELE DE CERA
Durante a década de 60, Albert Kligman, apoiado pelo exército
americano, fez diversos experimentos macabros. Seu objetivo era
transformar a pele humana em uma casca dura, que seria capaz de resistir
a produtos químicos variados.
Durante os testes, centenas de prisioneiros tiveram a pele queimada,
sofreram machucados de todos os tipos – que geraram as mais variadas
cicatrizes – além disso, havia a enorme dor, que os produtos usados pelo
médico causavam nas cobaias. O pior é que muitos foram voluntários,
porém nenhum deles sabia que os efeitos colaterais eram tão
devastadores.
Quando essas informações vazaram ao púbico, Kligman foi afastado,
contudo jamais pagou por esses crimes. Para piorar a falta de justiça,
ele ficou rico com uma pomada contra a acne. Muita se fala que os testes
feitos em prisioneiros ajudaram no desenvolvimento do que veio a ser
sua fonte de riqueza anos mais tarde.
DORES E CRIANÇAS
Em alguns casos específicos, os médicos precisam usar medidas
desesperadas para gerar a cura ou melhora de um doente. Um desses
procedimentos é a punção lombar, onde agulhas são enfiadas na coluna,
para ajudar a tratar certos problemas. Durante uma operação dessas, em
1896, Arthur Wentworth, um dos mais renomados médicos de sua época, viu
que uma menina se contorcia com uma grande dor.
Esse sinal não foi o bastante e Arthur repetiu o processo em mais 29
recém nascidos, descobrindo que aquilo realmente causava uma dor enorme,
mas tudo isso não foi em vão. Apesar do sofrimento dessas crianças, o
médico conseguiu descobrir que tal procedimento ajudava na descoberta de
doenças.
Os médicos da época ficaram divididos: Alguns acharam uma boa
descoberta, apesar do método utilizado; já outros acreditavam que tal
procedimento era totalmente antiético e desumano. No final das contas,
sua descoberta lhe custou a vaga de professor que tinha em Harvard, mas
não lhe causou problemas maiores.
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